Se José de Alencar é o grande escritor cearense, Rachel de Queiroz é sem dúvida alguma não apenas a grande escritora cearense, mas a grande escritora brasileira. Rachel é natural de Fortaleza, onde nasceu em 1910, já aos quinze anos de idade, em 1925, mostrou à que veio e teve contos e poemas de natureza modernistas publicados no jornal “O Ceará” sob pseudônimo de Rita Queluz.
Poucos anos depois ainda aos vinte anos de idade, Rachel publicou o romance que lhe deu projeção nacional, O Quinze (1930), é um romance que relata o sofrimento do nordestino em face da seca e da miséria por ela provocada, no começo do século que passou. Nove anos depois, já escritora consagrada, Rachel muda-se para Rio de Janeiro.
Em Agosto de 1977, Rachel tornou-se a primeira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letra, tomando posse em novembro do mesmo ano, de sua cadeira de número 5. Entre os diversos prêmios que a escritora recebeu, destaca-se o “Prêmio Camões” com o qual foi em 1993 em Portugal, que pode, em grosso modo, ser considerado o Nobel da literatura em português.
“Doer, dói sempre. Só não dói depois de morto. Porque a vida toda é um doer”
Dentro de sua vasta obra, destacam-se, além do “O Quinze”, seu romance inicial, “As Três Marias” e “Memorial de Maria Moura”.Este último foi adaptado na forma de mini-série para a televisão, e teve a personagem título interpretada por Glória Pires. A obra conta a trágica história de uma mulher do século XIX, que depois de perder o pai na infância e a mãe na adolescência, foi seduzida pelo padrasto e possível assassino de sua mãe, não fossem esses elementos suficientes, ela vê a propriedade que herdou ser ameaçada por parentes sem escrúpulos. Mas em vez de sucumbir às dificuldades, ela resistiu e travou dura luta.
A série bateu recordes de audiência.
Em 2003, pouco antes de completar 93 anos de idade, chegou ao fim a vida desta mulher que desde os mais tenros 15 anos de idade destacou-se no uso das palavras.
Obras da autora:
- O quinze, romance (1930)
- João Miguel, romance (1932)
- Caminho de pedras, romance (1937)
- As Três Marias, romance (1939)
- A donzela e a moura torta, crônicas (1948)
- O galo de ouro, romance (folhetins na revista O Cruzeiro, 1950)
- Lampião, teatro (1953)
- A beata Maria do Egito, teatro (1958)
- Cem crônicas escolhidas (1958)
- O brasileiro perplexo, crônicas (1964)
- O caçador de tatu, crônicas (1967)
- O menino mágico, infanto-juvenil (1969)
- Dora, Doralina, romance (1975)
- As menininhas e outras crônicas (1976)
- O jogador de sinuca e mais historinhas (1980)
- Cafute e Pena-de-Prata, infanto-juvenil (1986)
- Memorial de Maria Moura, romance (1992)
- Teatro, teatro (1995)
- Nosso Ceará, relato, (1997) (em parceria com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek)
- Tantos Anos, autobiografia (1998) (com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek)
- Não me deixes: suas histórias e sua cozinha, memórias gastronômicas (2000) (com Maria Luiza de Queiroz Salek)
Um comentário:
O grupo foi feliz ao postar sobre a escritora Raquel de Queiroz como personalidade cearense, uma vez que algumas obras da escritora vai de encontro ao objetivo do trabalho que é registrar materiais referentes ao estado do ceará, e de alguns temas já postados anteriormente como "A história do Ceará-cangaço". Entre suas obras podemos citar: O Quinze; Lampião, teatro; Nosso Ceará, relato(parceria com Maria Luiza de Queiroz Salek).
Não podemos também deixar de comentar sobre a visão da escritora em relação a importância da mulher na sociedade, que em seus romances As Três Marias e Memorial da Maria Moura, mostra que a mulher não é apenas representada como "sexo frágil", mas batalhadora em busca de seus direitos e objetivos.
Parabéns ao grupo, gostei muito do destaque dado a Raquel de Queiroz, isso mostra que o Ceará não só teve grandes escritores ou grandes humoristas, mais também grandes escritoras.
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